“Um livro sem nada”
Seja bem vindo à selva, de seres animalescos, sem
pudores, sem escrúpulos, sem respeito, sem honra. Eu tenho visto este mundo caminhar
um passo a mais a cada dia, a cada dia que amanhece a cada dia que a aurora
aparece, um passo rumo ao abismo, usando do egoísmo como arma, e os outros como
alvos. O que o sol, como um farol ilumina, não traz luz aos meus olhos, seres
pedindo singelas esmolas de um brilho do amanhã.
Era um livro em branco, sem historia, sem gloria? - aquele
ser que eu vi jogado ao chão – passou como um cometa, e caiu em outra estação,
sem levantar poeira aqui. Qual sua herança? Uma historia de lastimas e
esperança, que em mim pesam como chumbo nas costa de uma criança. Era mais um que
morreu mortal, sem deixar nada que fosse eterno. O dia virou eternamente
escuro, alguém apagou a luz, a sua luz, o que foi um muro - seus sonhos,
amores, recordações, pesadelos, magoas, insatisfações – a ser escalado agora
implodiu, caiu ao chão, virou pó.
Ela pediu um gole amais, que repousa num corpo sem
paz, que agora jaz, um gole para aplacar a dor, de ser um brilho sem cor. É
mais uma noite, mais um estranho, mais um risco que risca da memória uma bela
historia. Não sei se ela queria fugir, ou apenas um motivo para sorrir, mas o
mau nela se reproduz de maneira avassaladora. Vê-se no espelho, a imagem que
nele se reflete não lhe causa medo nem ânsia, como em outrora, o que era
segredo foi esquecido num baú a distancia, metamorfoseou em mais um abalo nesse
eco mundano, e sua alma abala-se ao estalo de um maldito coração.
Eu via tudo e ao mesmo tempo nada enxergava, eram
seres distintos e tão iguais, gritavam ao mundo com berros sangrentos,
escreviam suas trajetórias com tinta rubra - de sangue -. Nesse planeta não se
importarão com sua cólera, assim como nunca se importaram. Não quero que seja um a mais, quando passar a ser
um a menos.