Primitiva infância duradoura.
Onde perdi o que nunca foi meu
E que era tão seu?
Onde vou buscar
Alguém para ocupar seu
lugar?
Éramos
crianças,
Ainda tenho tristes lembranças
Do teu semblante,
Que ocorre a mim
num instante.
Onde estás a
morar?
Quem estás a amar?
Ainda pensas em mim?
Meus versos ainda nutrem teu
jardim?
A cada
partida,
De mim sumia um pouco de vida
E o que sobrou achou saída,
Junto a tua ida.
Poderia eu
procurar
O que de ti perdeu?
Conseguiria achar
Vestígios do meu eu que era
tão seu?
Noites em claro
Trazem o que é raro,
Um
sentimento fugaz,
Sem restar rastros de paz.
Onde esta
você?
Me diga
Coloco-me a perder
Talvez assim consiga.
Voo sob nossas asas imaginárias,
Em direções certas e contrárias.
Me iludo em si,
Por não se esquecer de ti.
Não quero esquecer-me de ti.
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