sábado, 11 de agosto de 2012



                  "Ah! A existência intangível do amor."

    Eu não sei que prazer mórbido é esse, que cada vez mais se perpetua em mim, um prazer de estar no frio e deixar-se congelar, de sentir um amor tangível e em insistir em suicidá-lo. Dizem que viver é para quem pode não para quem quer, não posso e nem quero, é uma questão de cólera imensurável, é como se eu me afogasse na mais límpida água, insistindo em sentir sede, assim afogo-me nesse amor.

    Não sei amar, ninguém sabe, não gosto de generalizar, mas se eu falasse que alguém o sabe, seria como falar que os contos de fadas são baseados em fatos reais, o amor é nada se não uma fantasia que se impregna em nossa alma, nos usando como cães farejadores, eu farejo em cada canto um pedaço disso que dizem ser amor, mas continuo em passos retrógrados que me levam sempre ao mesmo lugar, eu ando em círculos e mesmo sabendo continuo a correr até meu ultimo suspiro me fazer pensar.

    O amor é um atalho que deveria ser rota principal, ele leva aos lugares mais recônditos estando ao nosso lado, ele é aquela cratera que se abre no peito não para ferir, sim para abrir espaço para mais um coração, ele é aquele solo de guitarra que sangra meus dedos, mas que insisto em fazê-lo para ouvir sua melodia mais uma vez, ele é o “só” que espera o “nós”, é um planeta – sem chão, sem vida - abstrato à terra, que se nutre em nossa psique, ele é a nada que se faz necessário, ele é o irreal que se faz plausível às mãos do vento e aos olhos d’alma.  

    O amor é uma coisa de loucos, mas prefiro louco a dois a sensato a só.             

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