sexta-feira, 3 de agosto de 2012


                        

                                  “Um livro sem nada”

    Seja bem vindo à selva, de seres animalescos, sem pudores, sem escrúpulos, sem respeito, sem honra. Eu tenho visto este mundo caminhar um passo a mais a cada dia, a cada dia que amanhece a cada dia que a aurora aparece, um passo rumo ao abismo, usando do egoísmo como arma, e os outros como alvos. O que o sol, como um farol ilumina, não traz luz aos meus olhos, seres pedindo singelas esmolas de um brilho do amanhã.

    Era um livro em branco, sem historia, sem gloria? - aquele ser que eu vi jogado ao chão – passou como um cometa, e caiu em outra estação, sem levantar poeira aqui. Qual sua herança? Uma historia de lastimas e esperança, que em mim pesam como chumbo nas costa de uma criança. Era mais um que morreu mortal, sem deixar nada que fosse eterno. O dia virou eternamente escuro, alguém apagou a luz, a sua luz, o que foi um muro - seus sonhos, amores, recordações, pesadelos, magoas, insatisfações – a ser escalado agora implodiu, caiu ao chão, virou pó.

    Ela pediu um gole amais, que repousa num corpo sem paz, que agora jaz, um gole para aplacar a dor, de ser um brilho sem cor. É mais uma noite, mais um estranho, mais um risco que risca da memória uma bela historia. Não sei se ela queria fugir, ou apenas um motivo para sorrir, mas o mau nela se reproduz de maneira avassaladora. Vê-se no espelho, a imagem que nele se reflete não lhe causa medo nem ânsia, como em outrora, o que era segredo foi esquecido num baú a distancia, metamorfoseou em mais um abalo nesse eco mundano, e sua alma abala-se ao estalo de um maldito coração.

   Eu via tudo e ao mesmo tempo nada enxergava, eram seres distintos e tão iguais, gritavam ao mundo com berros sangrentos, escreviam suas trajetórias com tinta rubra - de sangue -. Nesse planeta não se importarão com sua cólera, assim como nunca se importaram.  Não quero que seja um a mais, quando passar a ser um a menos.                 

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