sexta-feira, 10 de maio de 2013


           
    " O amor perdeu "           


   Eu cravei uma faca no peito, e deixei a ferida sangrar até não haver mais ar para respirar, o amor que eu tinha acabou, a humanidade está podre, cheia de corações trancados, não me resta nada além de trancar o meu, eu o deixei esvair em sangue até não mais pulsar.

   Eu vou para longe, aonde o amor, o rancor, onde nada pode me alcançar.

   Minha alma era a de um anjo, até ser corrupida pelo amor; drogas, bebidas, nada faz curar, pode até virar cicatriz, mas nunca cura.

    Me perdoa se algum dia você ver um zumbi - sem alma, sem amor, com magoas e rancor - andando por aí, eu me fiz assim, o mundo me talhou - com navalhas enferrujadas - assim, eu queria poder matar, mas não se mata a dor que está além.

    O seu sorriso não me pertence, e eu também não lhe pertenço, então não chore, eu sou assim sem sentido, sem razão, um astronauta sem luz e sem chão.

    Em algum lugar, deve haver o meu lugar, e meu amor deve estar lá, onde eu chegarei cansado, com um coração em pedaços, com lágrimas de ódio, com passos chafurdados no lodo da mais podre das nascentes - a do desamor - e mesmo assim ela vai me acolher, vai entender meus segredos, e defender os meus medos, e eu finalmente encontrarei o meu amor.