domingo, 24 de março de 2013



                  "Amigo, é sempre sorriso" 

   E no meio das tristezas e das lágrimas, a milhas e milhas de distância, veio até mim uma flor de alegria, um sorriso, bem vindo à amizade.

    A nostalgia, mesmo doída pode ser boa.
           
 (Ps: Tudo na vida pode ser perdido, mas dou exceção aos amigos, os verdadeiros, mesmo brotando em solos de outros horizontes há milhas distantes, eles serão a seiva bruta que te fará frutíferar.)


                "Café! Novamente."


O café esfriou,
Mas quando quente
Me queimou.

As marcas do amor
Que vivemos
Na vida, fez-se partida
No adeus que te deixei.

Na serenidade
Declarávamos guerra.
Eu, um soldado sem lança;
Tu, um exército de escudo.

Me pergunto:
"Porque não tentas mais uma vez?"
"O café esfriou, e na solidão é meu lugar."
Me respondo.

Um garçom (destino) vem em minha direção:
"O que desejas?"
"Café quente, por favor."
"Dentro de instantes trazer-lhe-ei."
"Tenho pressa, necessito me queimar,
Sangrar por um novo motivo, 
com novas queimaduras."
"Acalme-se senhor! O café virá,
Mas quando estiver em estado de consumo."
"Eu aguardo, novamente."

Eu espero pelo café,
Novamente,
Como quem anseia
Por um sopro vital.

sábado, 23 de março de 2013


"Carta de alguém sem ninguém á alguém com alguém"


    De todas as batalhas que perdi essa ainda me dói, eu vejo a luz e ela não ilumina, ela cega, eu que nunca soube onde ir me encontro mais perdido que antes, andei pelas ruas e vi o que era o nosso lugar, o corte continua a sangrar e não vai parar tão cedo. Eu entrei em outras, mas não senti nada além de um prazer mórbido. Onde está você? Que eu jurei nunca perder, e me escapou pelos dedos.
    
    Eu bebi, ate cair e caí,  até esquecer... E não esqueci. Me droguei até apagar e apaguei, ate viajar... E não viajei.
    
    A dor lateja e bate forte, estou perdido sem sul nem norte. Em todo lugar te encontro, em salas, em fotos, em bosques, em músicas... Agora sei porquê é amor, por que dói, por que eu não quero te querer, mas quero-te.
    
    Eu te encontro ainda em meus sonhos, eu me aperto no teu abraço, e grito aos ventos que te amo, mesmo sem você me ouvir. Quero que esteja feliz, mesmo você se perdendo de mim, mas queria, eu, ser argumento do teu riso.

    Espero te esquecer, mas enquanto não esqueço, posso te ter nas lembranças e no meu passado.

sexta-feira, 22 de março de 2013













            "As andanças do eu andarilho\astronauta"

    Eu ando e vivo andando, em cada novo mundo que não conheço, eu sou um astronauta sem lugar, todo lugar é meu, sou um astronauta sem nave, qualquer coisa me leva a navegar. Eu me perco, me encontro, me espedaço e me remonto, hoje em dia tenho poucas peças originais, elas foram embora em cada ser que passou por mim e as levou e deixou as que hoje eu carrego em mim, no final de tudo eu acabo me montando e assim eu passo a não ser só eu, eu crio vida em cada peça que ficou espalhada nesse vasto mundo, e deixo as novas peças criarem vida em mim, aí eu acabo me transformando nesse batalhão ambulante de um só homem, só.

    Nem sei se eu sou alguma soma de adição para alguém, mas cada um ou uma que vejo, que vivo, que sinto, ou até mesmo que imagino somam para mim. Nem sei se esses cálculos todos da minha ciência vão me levar a algum lugar ou a lugar nenhum.

    Feridas? Acho que carrego algumas, das quedas, das pancadas que a vida me deu, dos amores que vivi, do amigos que perdi, mas ainda estou aqui, é sempre assim caio me machuco, mas logo tudo se cicatriza, é só ter um pouco de calma e a alma se regenera.

    Andei viajando muito nos meus achados e perdidos, ali naquele sala escura e empoeirada se encontram tudo, os amigos perdidos e os que acabei achando, os que se foram, fizeram as malas e saíram sem nem dizer adeus, foram deixando o perfumo de algo bom, os que achei, vieram nas asas do vento as vezes presentes diante dos meus olhos e eu sem óculos para vê-los, mas acabei os achando, talvez os perca também, mas eu quero viver o agora; os amores que perdi voltam como alucinações diluídas em drogas que usei ou como assombrações em ruas e pátios que ando e passei, já os amores que achei... Eu não achei.

    Andei sonhando com o futuro, é hora do astronauta viajar de novo, conhecer outras galáxias, viver novas aventuras, ver o distante se aproximar, ver o rancor voltar a ser amor, é a vez de vencer muralhas é batalhas, é hora de afiar as lanças para lutar. Agora eu ressuscito com uma nova alma, com olhos mais lúcidos, ouvidos mais aguçados e um faro mais atento.  

    Eu andei muito e vi que tenho muito para andar, muito para viver, tenho sonhos para se fazer, tudo é efémero e daqui a pouco terei asas e os pés estarão feridos sem ter como andar.

quarta-feira, 20 de março de 2013




    
  "Sombria vendetta"
                       
    Eu quero ver seu choro, uma lagrima rubra cair, eu quero ser uma lâmina afiada a te ferir, quero acabar com tudo que um dia foi belo, que vá o dia claro e venha uma chuva fúnebre e sombria, que os ventos uivem a chegada do manto negro que te levará de mim.

    O ódio agora é pungente, nada salvará, nada protegerá, vou entrar e destruir toda podridão impregnada em vossa alma, quero sentir o gosto de vendetta, que o seu sol escureça, seu mal agora é sua maldição. Gritei aos cães para farejarem seus rastros, onde passastes deixara o odor fétido de teu espírito, e que devorem até seus últimos gritos, clamando perdão.

    Bem se aproveitou do sangue que roubastes de mim, eu o quero de volta e vou atrás, estou sedento, preciso voltar a pulsar.