domingo, 30 de março de 2014




 "Só querem nosso sangue."




    Vão apontar o dedo quando passarmos na rua, vão condenar nossos defeitos ao inferno, vão congelar nossas qualidades e as esquecerem em um beco qualquer, vão cravar o punhal em nossos corações.

    Mas meu passado e minha cicatriz são para me fazer lembrar que eu não sou igual os heróis da TV, lembrar que eu sinto dor e sei seguir sangrando, eu não esquecerei do meu peito estilhaçado pelas mentiras que pregaram na minha alma. 

    Eles me traíram, me fizeram pular o carnaval enquanto comemoravam meu funeral, com melodias leves e notas doce me conduzem ao precipício, onde, lá de cima, eu vejo jardins, jardins com rosas avermelhadas, pelo sangue de tantos outros mais, que se deixaram levar pelo hino, pela marcha dos cegos e desgraçados.

    Vão beber nosso sangue, se embebedar do nosso suor, se ocupar de nossos corpos, e depois nos abandonará em qualquer cova, mortos e com frases piegas em nossos epitáfios, e, mesmo assim, depois de tudo, estaremos sorrindo, mostrando nossos falsos dentes.

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